“Cujo” é um pronome cujo emprego poucos dominam. Perdoe-me pelo trocadilho, mas ele cabe neste momento.
Serve para mostrar como se usa o “cujo”.
Vamos em frente.
“Cujo” é um pronome relativo. Como tal, é usado para unir orações.
Mas com uma característica especial, que o distingue dos demais relativos: expressa relação de posse, em que o antecedente do pronome é o “possuidor” e o subsequente, “a coisa possuída”.
Observe:
Oração (1): “A mulher é advogada”.
Oração (2): “O carro da mulher foi roubado”.
Usando o “cujo” para ligar as orações, temos: “A mulher cujo carro foi roubado é advogada”.
Outro exemplo – Oração (1): “Pernambuco é um Estado do Brasil”.
Oração (2): “O governador de Pernambuco é Eduardo Campos”.
Ligando com “cujo” as orações: “Pernambuco, cujo governador é Eduardo Campos, é um Estado do Brasil”.
Viu como é simples?
Em todos os exemplos, “cujo” estabeleceu relação de posse, ligando o possuidor, que fica à sua esquerda, à coisa possuída, que fica à sua direita.
Para finalizar, três informações importantes:
1. “Cujo” é variável, concorda em gênero e número com a coisa possuída: “A menina cujos olhos são azuis me fez lembrar um amor do passado”, “A Rede Globo, cujas novelas lideram com folga a audiência no horário noturno, transmitirá a Copa das Confederações”.
2. Não se usa artigo depois de “cujo”.
Assim, em vez de dizer/escrever “A loja cuja a dona é gaúcha “, diga/escreva “A loja cuja dona é gaúcha”.
3. Pode haver preposição antes de “cujo”.
Para tanto, basta que a regência do verbo da segunda oração exija essa preposição: “Ele almoça no restaurante de cuja comida ninguém gosta”.
O verbo da segunda oração, “gostar”, rege a preposição “de”: uma pessoa gosta “de” algo ou “de” alguém.
Por isso houve o emprego da preposição “de” antes de “cujo”.
Fonte: https://migre.me/fTQXo