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Na condição de terminal da estrada de ferro desde 1907, Campina Grande iniciava um ciclo de desenvolvimento econômico que a levaria a tornar-se o principal entreposto comercial do interior do Nordeste. Natural da cidade de Teixeira, o Tenente reformado do exército brasileiro, Alfredo Dantas Correia de Góes, de espírito empreendedor e inspiração positivista, passa a residir na cidade e funda, em 17 de fevereiro de 1919, um estabelecimento de ensino, o Instituto Pedagógico.

A pequena escola funcionava à rua Barão do Abiaí, 210, hoje Av. Epitácio Pessoa, e disponibilizava o Curso Primário (hoje séries iniciais do ensino fundamental), bem como um curso livre de preparação para o “Exame de Admissão”, o qual, os concluintes do Curso Primário necessitavam prestar para ter acesso ao Curso Ginasial (hoje séries finais do ensino fundamental).

A cidade se expandia de forma vertiginosa, estabelecimentos comerciais, industriais e de serviços eram criados, o algodão gerava a riqueza da terra. Campina Grande viria a se transformar nas décadas seguintes em um dos maiores polos de comercialização desse produto no mundo. Acompanhando a dinâmica da cidade, o Instituto Pedagógico passa a funcionar à rua Marquês do Herval, nº 39 em 1930. Nesse mesmo ano novos cursos são criados, o Curso Comercial Básico, o Curso Normal e a Escola de Instrução Militar nº 243, na qual os jovens poderiam prestar o serviço militar.

Em 1931 chegam a cidade o casal de professores Severino Lopez Loureiro e Alcide Cartaxo Loureiro. De origem sertaneja, ele natural de Piancó e ela de Cajazeiras, atuavam na educação paraibana desde o início da década de 1920, lecionando e desempenhando funções de direção nas cidades de Cajazeiras, João Pessoa e Princesa Isabel. Vieram para Campina Grande na incumbência de integrarem o Corpo Docente do recém-criado Colégio Diocesano Pio XI.

A partir de 1932 O Instituto Pedagógico passa a oferecer também, o curso de Perito Contador, tornando-se assim o primeiro estabelecimento privado apto a conferir títulos técnicos profissionais no interior da Paraíba.

No início da década o Instituto Pedagógico já contava com uma extensa folha de serviços prestados, introduzindo às primeiras letras a centenas de crianças e jovens de Campina Grande e de outras cidades, pois trabalhava também com sistema de internato. Até o ano de 1939, a instituição contabilizava a emissão de 91 diplomas de professores normalistas e 18 diplomas de peritos contadores.

No ano de 1940, foram efetuadas 123 matrículas no Curso Comercial Básico, 42 na Escola de Instrução Militar, além de 135 matrículas no Curso Primário (equivalente às séries iniciais do Ensino Fundamental), contava então com um corpo docente de 28 professores. A formação de capital humano foi fundamental para o ciclo virtuoso por que passaria a cidade nas décadas seguintes.

Em 1943 assume a direção a Prof.ª Esther de Azevedo Cabral, enteada do Tenente Alfredo Dantas. Em 1945, ao ser autorizado o funcionamento do Curso Ginasial, hoje equivalente às séries finais do ensino fundamental, passa a denominar-se Ginásio Alfredo Dantas. Justa homenagem ao seu fundador, que faleceria em 17 fevereiro de 1944, ironicamente mesma data em que fora criada a escola.

Neste mesmo ano o Ginásio Alfredo Dantas foi adquirido por compra pelo Prof. Severino Lopez Loureiro, que juntamente com sua esposa, Prof.ª Alcide Cartaxo Loureiro, constituem a nova diretoria. Ambos já integravam o corpo docente da casa e passaram a ter dedicação exclusiva a serviço da Instituição.

Sob a nova Direção, a Instituição passa por um processo de modernização, tanto em sua estrutura física quanto em seu Projeto Pedagógico. Passa a oferecer também os cursos Clássico e Científico, hoje equivalentes ao Ensino Médio. Em 1950 recebe a denominação atual, Colégio Alfredo Dantas.

Foi durante esse período que a Instituição adotou o Leão como símbolo. No local em que até hoje funciona o CAD foi construído, nos primeiros anos do século XX, um edifício que abrigou o Grêmio de Instrução Campinense, escola pioneira de ensino secundário em nossa cidade, que esteve em atividade por poucos anos. Na fachada desse prédio foram apostos dois Leões, que foram mantidos até os dias atuais.

A paixão por educar do casal foi transmitida para seus descendentes, muitos dos seus filhos e netos construíram suas vidas profissionais na educação básica ou no ensino superior. Vários ofereceram valiosa contribuição à Instituição ao longo do tempo. Desde o início da década integraram o corpo técnico o Sr. Tobias Cartaxo Loureiro (filho) e a Sra. Ana Lopez Loureiro (irmã do professor Severino Loureiro). Ainda no início da década de 1950, Prof. Ana Rabelo Loureiro (filha) atuou como professora, em 1958, integra-se à Diretoria o Prof. José Cartaxo Loureiro (filho).

Logo após a aposentadoria da Prof.ª Alcide Cartaxo Loureiro, passa a exercer a função de Diretora do CAD a Prof.ª Maria Lígia Loureiro Santos, juntamente com seu pai, Prof.º Severino Lopez Loureiro. Lígia Loureiro atuou inicialmente como professora e a partir de 1961 passou a dedicar-se de forma exclusiva à direção. Dotada de personalidade forte e suavidade no trato, marcou sucessivas gerações de alunos e professores que tiveram o privilégio de desfrutar do seu convívio.

Há registros de participação do colégio nos desfiles cívicos desde a década de 1940, contudo, na década de 1960 teve início um período áureo, com destaque para as comemorações do centenário de Campina Grande em 1964. As festividades aconteciam nos dias 7 de setembro e 11 de outubro e mobilizavam toda a cidade. Destacamos ainda as comemorações dos 50 anos da escola, em 1969, na qual aconteceram uma série de solenidades que culminaram em um desfile que, literalmente, parou a cidade.

No final da década Prof.ª Maria Eleonora Loureiro do Amaral (filha), passa integrar o corpo docente e o esposo da Prof.ª Lígia, Prof. Jacinto Neves Santos, passa compor a direção, na função de vice-diretor do período noturno. O Colégio contava então com aproximadamente 1.200 alunos, nos três turnos, e um corpo docente composto de 71 professores.

A escola inicia um processo de reestruturação das suas instalações físicas decorrentes das necessidades de expansão. Reestrutura também o seu projeto pedagógico de forma a adequa-lo à reforma do ensino, regulamentada pela Lei 5.692/1971. Concluídos os trabalhos em 1974, passa o colégio a contar com instalações amplas e modernas: 22 salas de aula, auditório, biblioteca e laboratório. Na inauguração, a comunidade escolar perpetua a memória do seu fundador, Tenente Alfredo Dantas, através da aposição de uma escultura do seu busto.

Ainda em 1974, a Prof.ª Rosa Maria Cartaxo Loureiro, que já integrava o corpo docente, passa a compor a diretoria, na função de vice-diretora do período diurno. Grande incentivadora da prática esportiva, coordenava as participações do colégio nos Jogos Escolares, evento que marcava o calendário escolar da cidade. Os desfiles cívicos chegaram ao auge e a banda marcial do CAD se destacava em apresentações memoráveis.

No transcorrer da década integraram o corpo docente a Prof.ª Maria de Lourdes Loureiro Leite, filha do Casal; Prof.ª Maria do Socorro Ramos Loureiro (nora); Prof.º Marcos Loureiro Marinho, Prof.º Ricardo Ramos Loureiros e Prof. Ana Cristina Rabelo Loureiro (netos). Em 1975 a escola passa a ser mantida por uma sociedade limitada, incorporando como sócios os filhos, filhas, genros e noras do Prof.º Severino Loureiro. O Sr. Severino Marinho Leite, ex-aluno da casa, passa a exercer a função de Diretor Financeiro.

A escola continuava funcionando nos três turnos, oferecendo os cursos de 1º e 2º Graus (equivalentes ao Ensino Fundamental e ao Ensino Médio) durante o dia e o Curso Técnico de Contabilidade no turno da noite, que foi desativado no ano letivo de 1988. Integraram o corpo técnico da escola, no transcorrer desta década, a psicóloga Ana Cristina Rabelo Loureiro, a assistente social Isolda Ramos Loureiro, Maria Tereza Loureiro do Amaral e Alcide Maria Loureiro Marinho (netas).

Em 25 de outubro de 1984 falece o Prof. Severino Lopez Loureiro. Ícone de uma geração de mestres que encarava a educação como sacerdócio, Prof. Loureiro é uma referência na educação campinense, sua trajetória marcou sucessivas gerações de alunos e professores.

Em 1992 o ingressa na era digital, informatiza os procedimentos administrativos e instala o primeiro laboratório de informática em escolas de educação básica de Campina Grande. Em 1994 foi inaugura o Centro de Atividades Desportivas Severino Lopez Loureiro, localizado no Bairro do Quarenta. Em 1996, Profª Lígia Loureiro se afasta da direção por motivo de saúde e o Colégio passa a ser dirigido pelo Prof. Paulo Gustavo Loureiro Marinho.

Em 1999, ao celebrar 80 anos de existência, as efígies dos professores Severino Lopez Loureiro e Alcide Cartaxo Loureiro são apostas em um monumento, perpetuando a memória daqueles que dedicaram suas vidas à Instituição.

Ainda em 1999, a mantenedora do Colégio Alfredo Dantas promove alteração no seu contrato social, o quadro societário passa a ser composto por 17 netos e 5 bisnetos do Profº Loureiro e da Profª Alcide. Passa a integrar a diretoria financeira o Engº Sérgio Catão Cartaxo Loureiro.

A escola continuava funcionando nos três turnos, oferecendo os cursos de 1º e 2º Graus (equivalentes ao Ensino Fundamental e ao Ensino Médio) durante o dia e o Curso Técnico de Contabilidade no turno da noite, que foi desativado no ano letivo de 1988. Integraram o corpo técnico da escola, no transcorrer desta década, a psicóloga Ana Cristina Rabelo Loureiro, a assistente social Isolda Ramos Loureiro, Maria Tereza Loureiro do Amaral e Alcide Maria Loureiro Marinho (netas).

Em 25 de outubro de 1984 falece o Prof. Severino Lopez Loureiro. Ícone de uma geração de mestres que encarava a educação como sacerdócio, Prof. Loureiro é uma referência na educação campinense, sua trajetória marcou sucessivas gerações de alunos e professores.

Ao longo dos anos pode-se se afirmar que a história do Colégio Alfredo Dantas foi escrita por pessoas que se dedicaram ao ensino e à formação de crianças e jovens, contribuindo assim, direta ou indiretamente para o crescimento da cidade de Campina Grande e de outras cidades brasileiras. Dessa forma, podemos afirmar que essa história não pertence somente à família Loureiro, mas a todos os educadores, alunos e familiares que por aqui passaram. Especificamente em relação aos alunos, é com orgulho que constatamos as boas lembranças que eles guardam do nosso Colégio e o reconhecimento de como essa instituição foi importante para a vida deles. Nesses cem anos de existência, o Colégio Alfredo Dantas formou o seguinte contingente de alunos, considerando diferentes níveis e modalidades de ensino: no período de 1950 a 2017, concluíram o Ensino Médio, ou equivalente, 7.918 alunos; de 1945 a 2017 concluíram o Ensino Fundamental, ou equivalente, 8.455 alunos. Entre 1932 a 1988, concluíram o Curso Técnico de Contabilidade 3.429 alunos. Concluíram ainda o Curso Normal 414 alunos de 1928 a 1962.

A História do Colégio vem sendo traçada por centenas de professores que ao longo de um século de existência da Instituição ofereceram, das mais diversas formas, valorosa contribuição à educação em nossa sociedade. Nesse painel, prestamos uma singela homenagem a todos, destacando alguns que tiveram passagens mais marcantes.